Uma lágrima faz estremecer o vinco do lençol
imaculado como uma flor ainda sem nome,
há dias em que as palavras são audíveis rasgos de esperança,
outros, os opioides engolem-te para dentro de órbitas vagas.
às 17:45 apanho o autocarro M22 que desembarca no hospital,
são 40 minutos em que observo o movimento de outras vidas,
de outras estradas, das casas que vão desaparecendo em contagem
decrescente,
depois de o caminho estar feito, falta-nos dias em que reinámos mundo.
Ninguém sabe quando passa o próximo...